A primeira pergunta é sobre o que é o bom ou o
bem? Todo o indivíduo, assim como toda
ação e toda escolha, tem em mira um bem e este bem é aquilo a que todas as
coisas tendem. O fim de nossas ações é o Sumo Bem, mas, como o
conhecimento de tal fim tem grande importância para nossa vida, devemos
determiná-lo para saber de qual ciência o Sumo Bem é objeto.Tal ciência é a
ciência mestra (que é a Política) e seu estudo caberá à Ética. É objeto
da política porque as ações belas e justas admitem grande variedade de
opiniões, podendo até ser consideradas como existindo por convenção, e não por
natureza. O fim que se tem em vista não é o conhecimento do bem, mas a
ação do mesmo; e esse estudo será útil àqueles que desejam e agem de acordo com
um princípio racional, por isso não será útil ao jovem que segue suas paixões e
não tem experiência dos fatos da vida.Mas, se todo o conhecimento e todo
trabalho visam a algum bem, qual será o mais alto de todos os bens? O fim
certamente será a felicidade, mas o vulgo não a concebe da mesma forma que o
sábio. Para o vulgo, a felicidade é uma coisa óbvia como o prazer, a
riqueza ou as honras; aqueles que identificam a felicidade com o prazer
vivem a vida dos gozos; a honra é superficial e depende mais daquele que dá do
que daquele que recebe; a riqueza não é o sumo bem, é algo de útil e nada
mais. Há duas espécies de virtudes: as intelectuais e as morais. As virtudes
intelectuais são o resultado do ensino, e por isso precisam de experiência e
tempo; as virtudes morais são adquiridas em resultado do hábito, elas não
surgem em nós por natureza, mas as adquirimos pelo exercício, como acontece com
as artes:“(...) os homens tornam-se arquitetos construindo e tocadores de
lira tangendo seus instrumentos. Da mesma forma, tornamo-nos justos praticando
atos justos"...Também pelas mesmas causas e pelos mesmos meios que se
gera e se destrói toda a virtude, assim, como a arte: “de tocar o instrumento
surgem os bons e os maus músicos”.Com as virtudes dá-se o mesmo. É pelos
atos que praticamos, nas relações com os homens, que nos tornamos justos ou
injustos. Por isso, faz-se necessário estar atento para as qualidades de nossos
atos; tudo depende deles, desde a nossa juventude existe a necessidade de
habituar-nos a praticar atos virtuosos.Devemos procurar o bem e indagar o
que ele é. ora, se existe uma finalidade para tudo o que fazemos, a
finalidade será o bem. A melhor função do homem é a vida ativa que tem um
princípio racional. Consideramos bens aquelas atividades da alma, a felicidade
identifica-se com a virtude, pois à virtude pertence a atividade virtuosa. No
entanto, o Sumo Bem está colocado no ato, porque pode existir um estado de
ânimo sem produzir bom resultado?
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