8 de setembro de 2009

O que pensam os profissionais da segurança pública, no Brasil

Ao contrário do que talvez suponha a opinião predominante na sociedade brasileira a respeito dos policiais, eles, em sua grande maioria, desejam, sim, mudanças institucionais profundas, querem novas polícias, não aprovam as polícias em que atuam, nem concordam com o atual modelo organizacional, e estão maduros para discutir esses temas tão complexos
e urgentes. Ao contrário também do que talvez o imaginário popular suponha, os policiais militares são mais “mudancistas” do que os civis. E mais uma vez contra a tendência dominante nas especulações usuais, os oficiais, nas PMs, são quase tão “mudancistas” quanto os não-oficiais. A convergência pró-mudança das opiniões de praças e oficiais é forte, ainda que variem as alternativas propostas. Os policiais civis também apóiam as mudanças, mas por estreita margem e com grande divisão interna –os delegados sendo muito menos conservadores do que os agentes. De todo modo, qualquer que seja o ângulo pelo qual se examinem as posições, impõe-se como inequívoca a rejeição ao status quo institucional, insinuando-se, no horizonte, uma poderosa coalizão mudancista. Apenas 15% dos policiais militares brasileiros defendem a manutenção do atual modelo de polícia. 77% querem mudança. Nas polícias civis brasileiras, 41% dos agentes e 40,1% dos delegados defendem o atual modelo, mas 56,4% dos delegados e 51,2% dos agentes desejam mudança. Quando somamos as opiniões anti-mudança, os percentuais são: 40,9% dos policiais civis e 15% dos policiais militares (sem distinção de patente). Quando computamos as preferências prómudança, independentemente das patentes, chegamos a 51,9% dos policiais civis e 77% dos policiais militares. Se somarmos as opiniões de todos os profissionais da segurança (não só os policiais), concluiremos que 69,8% identificam-se com a mudança.

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