Em meados de 1985,
quando da realização do primeiro grande evento na cidade do Rio de Janeiro e
porque não dizer no Brasil, um festival de música desenhava uma nova história
sobre uma cidade, um País, nascia o Rock in Rio, maior evento de música que se
tornaria ao longo de 30 anos não só um encontro de jovens apaixonados por
música ou rock ‘n roll, mas um conceito, uma catarse emocional, que mesclava um
ritual coletivo de histeria e suspiros da alma.
Minha primeira reflexão
é sobre uma paixão nacional e por que não dizer mundial, o Futebol que arrebata
multidões e que às vezes se confunde até mesmo com os sentimentos mais íntimos
do homem que é o amor.
Os filósofos
Aristóteles e Friedrich Nietzsche associavam e dividiam no caso do primeiro em
catarse emocional do espectador em liberação de determinadas sensações com o
afloramento dos sentimentos tais como: temor, humor, empatia e antipatia.
O filósofo alemão,
busca na tragédia a origem desses sentimentos alternantes, pois é na frustração
e na angústia que se revelam os sentimentos mais escondidos, as manifestações
psíquicas e fisionômicas do público perante um evento coletivo de encenação
como em festivais de música, eventos esportivos ou em campos de futebol.
Neste mesmo cenário,
observa-se que, existem características substancias entre o que se pode chamar
de espectador e torcedor, um não invalida o outro, mas um é diametralmente
oposto ao outro, uma vez que na visão antropológica dos fatos à observação da
alteração do comportamento mental e físico e do humor, variam de acordo com a
intensidade e o clímax do evento.
“O
autor e seus intérpretes são apenas a metade do processo total: a outra metade
é composta pela plateia e sua reação. Sem plateia não existe drama.”
Então como explicar as
manifestações de catarse do público ante a um solo de guitarra efetuado pelo
líder do extinto grupo de rock Led Zepelin, como não se deixar levar por essa
inquietude da alma. O mesmo sentimento que podemos perceber nesta dimensão em
situações extremas, coloca o torcedor em confronto direto com o expectador
quando um gol de placa é feito pelo melhor jogador do seu time, é uma sensação
inexplicável, é um orgasmo multifacetado que eletriza o corpo e suas reações
físicas incontroláveis.
Na esteira deste raciocínio, pensamos
primeiramente nas ideias e no conceito de ordem, ora, se estamos falando das
formas exacerbadas de compreensão deste universo que mistura ordem e desordem
internas, porque não entendermos como o cenário ordeiro em questões de segundos
vira completamente.
No sentido formal
etiológico, ordem significa unidade na diversidade; refere-se a partes
diferentes que guardam certa proporção. Quando descrevemos o que seja ordem no
mundo exterior, não incluímos o que para nós seria impossível dimensionar por
ordem e organização das nossas reações.
Obviamente, nossas
reações são desordenadas no contexto da paixão pelo esporte, somos muitas das
vezes irracionais para expressarmos nossas experiências, pois ordem é sempre
relativa; sempre que se fala da ordem devemos observar relação com algum
critério determinado...
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