Armas! Cara, eu adorava brincar com armas quando era criança. É uma das poucas coisas de que sinto falta da minha infância”. Tá certo que brincar de dar tiros faz parte da infância de qualquer garoto no mundo atual. Mas a frase que abre este post foi tirada dos arquivos de Eric Harris, adolescente que, juntamente com Dylan Klebold, realizou o maior massacre numa escola dos Estados Unidos na história.
Há pouco mais de sete anos, os dois adolescentes mataram 13 “colegas” do colégio Columbine, em Littleton, Colorado, e se mataram em seguida. Desde então, qualquer caso de violência em escola é comparado aos garotos de Littleton.
Curiosamente no mesmo dia em que uma escola do Colorado foi atacada, a revista “Harper’s” publicou em sua versão digital o texto “Atiradores na Primeira Pessoa”; trechos das 900 páginas de textos, incluindo trabalhos escolares, produzidos por Dylan Klebold e Eric Harris (a imagem ao lado faz parte do mesmo arquivo pessoal deles).
Além de declarar seu amor por armas de fogo, num texto que analisa a brincadeira sob a experiência de já haver, de fato, atirado com armas de verdade, Harris se compara ao deus grego Zeus, poderoso, bondoso, mas impiedoso. “Nós dois ficamos com raiva facilmente e punimos as pessoas de maneiras incomuns”, escreveu.
Klebold prefere escrever de forma ficcional, mas deixa transparecer seu sentimento. No mini-conto “O Homem de Preto”, o personagem principal, armado, mata um grupo de jovens que o havia incomodado, sem pena. “Se eu pudesse encarar a emoção de um deus, ela se pareceria com a daquele homem”, finaliza ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário