Tem 20 anos, estuda Criminologia e vai zelar pela segurança de uma localidade ameaçada pelas guerras entre cartéis de droga.
Só na semana passada, oito pessoas foram mortas na Ciudad Juárez, onde cartéis de droga travam uma luta sangrenta pelo domínio de uma rota de tráfico que dá acesso ao mercado americano.
Ontem, a apenas 30 km daquela cidade mexicana, considerada uma das mais perigosas do mundo, uma jovem estudante de Criminologia, de 20 anos, foi nomeada chefe de polícia local.
Marisol Valles, casada e mãe de um filho, vai comandar um grupo de 19 agentes na localidade de Praxedis Guadalupe Guerrero.
Desde 2006, mais de 28 mil pessoas foram assassinadas no México, vítimas de disputas entre cartéis. Mas, ainda que assustadores, estes números não foram suficientes para fazer Marisol recuar.
"Hoje em dia, todos temos medo por causa do que se tem passado. Mas não podemos deixar-nos derrotar por esse medo", explicou a jovem à AFP.
"Fui bem acolhida pela população, sei que eles me vão ajudar, que vão colaborar para podermos encontrar soluções para os problemas de segurança com que nos deparamos no quotidiano", acrescentou a finalista de Criminologia.
Praxedis fica junto à fronteira, perto do rio Grande, uma via usada pelos traficantes para fazer chegar carregamentos de droga aos Estados Unidos, primeiro cliente mundial de cocaína.
Ainda assim, a pequena localidade é relativamente tranquila e, de acordo com Marisol, "as pessoas podem andar à noite na rua, conhecem-se, conversam e reúnem-se. Têm actividades sociais".
O mesmo não se pode dizer de Juárez, onde a maior parte das pessoas prefere não sair de casa à noite com medo de balas perdidas, assaltos ou raptos.
Apesar de cinquenta mil militares terem sido destacados para ajudar a polícia, os crimes violentos sucedem-se. Em Setembro de 2009, 18 toxicodependentes internados numa clínica de reabilitação da cidade foram alinhados contra uma parede e executados por membros de um cartel.
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