22 de agosto de 2010

Um novo perfil para os crimes nas áreas das UPPs

Rio - Mais que atestar a queda nos índices de criminalidade nas áreas com Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), o Instituto de Segurança Pública (ISP) tem ajudado a traçar o perfil de delitos nessas comunidades e arredores. Um dos pontos que mais chamam a atenção é o aumento do número de registros de lesão corporal.
Na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, por exemplo, entre janeiro e junho de 2009, houve 38 casos. Já no primeiro semestre deste ano foram 85. “É um número alto, principalmente se levarmos em conta o tamanho da comunidade que não é muito grande”, avalia o presidente do ISP, tenente-coronel Paulo Augusto Souza Teixeira.
A constatação foi possível a partir da análise dos dados nas áreas com UPPs, que passaram a ser feitos separadamente dos números de todo o estado, divulgados todo mês pelo ISP. Esse monitoramento leva em conta não só as ocorrências nas favelas pacificadas, mas também nas ruas que ficam num raio de 250 metros da área.
Para catalogá-las, o ISP criou um filtro em seu banco de dados. Só de oito das 10 UPPs implantadas já foram armazenadas mais de 300 ruas. “Começaram a chegar perguntas da própria secretaria (de Segurança) sobre os efeitos das UPPs e, então, começamos a fazer esse levantamento. É uma atividade especial que tem de ser monitorada. Percebemos também que cada UPP tem um comportamento diferente, mas o aumento de registros de lesão corporal é comum a todas”, frisa Teixeira.

Coordenador do Núcleo de Pesquisa em Justiça Criminal e Segurança Pública do ISP, o tenente-coronel Marcus Ferreira explica o aumento nos registros de lesão corporal. “Isso demonstra a queda da subnotificação desse crime. Ele sempre aconteceu, só que não chegava ao conhecimento do estado por influência dos bandidos. Com a polícia presente, as coisas começam a aparecer”, afirma.

Com o aumento do número de UPPs, a Secretaria de Segurança agora pretende ouvir PMs e moradores. “Funcionará como uma avaliação periódica. Vamos analisar se está melhorando ou não, se é possível reduzir o efetivo de uma unidade. A gente tem que ouvir pessoas. Não basta olhar só números”, diz o tenente-coronel Teixeira.

Fonte: O Dia on line

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