Uma discussão por causa de um rapaz, entre meninas de doze a dezesseis anos, terminou em tragédia no interior de Santa Catarina. No meio da briga, uma menina matou a outra com um golpe de canivete. As idades chamam ainda mais atenção para o caso. A vítima tinha dezesseis anos e a agressora, que confessou o crime, tem apenas catorze. "Eu não tenho mais palavras, gente. A dor é tão grande, tão grande. Eu não sei mais o que pensar. Nunca mais eu vou ver minha pedra preciosa", lamenta Rute Ribeiro, mãe da adolescente morta. O depoimento é de dona Rute, que chora a morte brutal da filha Emili, de dezesseis anos. O crime, que chocou a cidade de Lages, na serra catarinense, aconteceu na noite de domingo. De acordo com testemunhas, dois grupos de meninas discutiram em uma boate por ciúmes de um rapaz. A briga, que envolveu seis meninas - todas menores de idade - continuou num posto de combustíveis e terminou com a morte de Emili Brizola, esfaqueada no pescoço com um canivete. A autora do crime é uma adolescente de apenas catorze anos. No depoimento à polícia, a menina disse que estava apanhando e atacou Emili para se defender. "Ela alega legítima defesa, eu tenho que verificar se a alegação dela tem fundamento ou não. E eu acho desnecessário pedir o internamento dela, mas vai ser apurado e verificado”, diz Roxane Pereira, delegada. Outro caso de violência entre adolescentes no Rio Grande do Sul. Um estudante de 16 anos foi esfaqueado na sala de aula, na frente dos professores, por um colega de apenas treze anos, que fugiu. O motivo da agressão ainda é desconhecido. Em outra cidade gaúcha, um aluno de treze anos foi flagrado com um revólver calibre 22 dentro da sala de aula. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina, são cada vez mais jovens os adolescentes que cometem crimes. A maioria tem entre 14 e 17 anos, está fora da escola e vem de famílias desestruturadas. “Estão inseridos em comunidades empobrecidas, onde o tráfico rapidamente avança. E portanto acabam sendo cooptados e praticam roubos, furtos, porte ilegal de arma de fogo e acabam matando”, explica Vanessa Cavalazzi, promotora de justiça Para discutir o envolvimento de menores em crimes recebemos, em nosso estúdio, a professora Nancy Cárdia, do núcleo de estudos da violência da USP.
Fonte: Site G1
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