15 de março de 2009

ENTRE VERDADES E MENTIRAS, O CRIME Parte I

Como podemos entender o fato de que a realidade da família se reflete na sociedade sem passar pelo principal personagem desta engrenagem que é o homem. Ao longo da história, nosso maior questionamento vem das atitudes e surpresas que se formam no coração deste homem, diante do próprio interior deste; “O que contamina o homem é o que sai da boca do homem” (Evangelho de Marcos capítulo 7 verso 15 -23) Jesus fala dos maus caminhos, os adultérios, a prostituição, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba e a loucura, é deste interior que procedem aos caminhos que Ele próprio conduz, o homem moderno está ameaçado por um mundo criado por ele mesmo de forma que, a visão exterior é o reflexo do que se esconde no coração, existe uma fragilidade que está aflorada nas decisões e nos relacionamentos superficiais que em primeiro plano estão apoiados na família e nos laços que ela estabelece com a própria sociedade, existe um medo por detrás dessa forma expositiva. Então, que homem é este? Lobo ou Cordeiro? Vilão ou resposta da própria vida em sociedade? Os sinais não são capazes de afirmar de onde partem essas indagações, mas o método empírico-dedutivo também não, a ciência é a solução ainda desconfiada, então, como poderemos nos valer e de que métodos as ciências criminais estão fincadas. A história deste homem ao longo dos séculos foi cercada de sangue e vingança, desde os primórdios quando Sócrates foi julgado pelo simples fato de ensinar aos mais jovens passando pelas guerras de conquista do Império Romano e passando pelas conquistas dos Bárbaros, a Santa Inquisição e ainda, a II Guerra Mundial e o Holocausto, Judeus eliminados por um pensamento deformado e formado no interior do coração. Na atualidade, os nossos desajustes em sociedade acabam de nos formar personagens de uma vida de verdades e mentiras, buscamos nossos próprios interesses e quando conflitados com a realidade nossa de cada dia e com o nosso querer, mudamos completamente de perspectiva sobre o assunto, parecemos crianças diante de fatos que a nossa maturidade não nos permitiria realizar. A família é parte integrante da sociedade, e com ela se funde, mas, onde então erramos? Porque esse descontrole entre Pais e filhos, entre amigos e amigas, entre marido e mulher, a quem cabe interpretá-las?
Então, como analisaremos essa situação no contexto societário? No tocante ao sistema atual, a perspectiva é de que partindo de um princípio básico, todas as ações humanas devem ser calcadas em um bem comum, nunca ações ou reações de instinto selvagem, ou melhor, de instinto egoístico. A priori, a satisfação do bem estar é plural, se partirmos do princípio do homem civilizado e organizado pelas normas da moral e da ética, que, aliás, seguirá este homem por toda a sua existência. Segundo pesquisas e avaliações de programas que envolvem as ciências sociais, a relação do homem com os seus pares, ao longo das décadas, foi se tornando cada vez mais estreita, ao ponto de, se criarem grupos dentro dos próprios grupos e assim, o círculo de relações foi se fechando cada vez mais. O exemplo da vida num condomínio está latente em nossos dias, em situações cotidianas, não sabemos nem ao certo quem são nossos vizinhos e o que eles fazem somente se surgirem fatos novos e que desperte a curiosidade é que neste instante procuramos nos informar a respeito deste, e se necessário for, participamos do sofrimento ou da alegria. A realidade da família reflete-se nas relações sociais. Simplesmente porque a família é o conjunto da sociedade organizada, uma família forte, uma sociedade forte. Ao longo da história, desde os primórdios, o homem sempre manteve esta relação ajustada e fortalecida, visto que, toda a sociedade se desenvolveu por conta deste embrião. Com o passar dos tempos, nossa sociedade, foi se esfacelando em um emaranhado de problemas e de toda sorte de apelos em prol do individualismo e o destaque de si próprio na alavanca do capitalismo enfurecido pelos bons resultados. A realidade é que, houve um distanciamento gritante e não perceptível a olhos nus, cada vez mais, este homem se arrojava nas suas próprias idéias e nos seus próprios ideais, não se importando com a perspectiva alheia e homogênea das idéias. A sociedade então começa a se distanciar do plano Divino através dos séculos, esquecendo-se do bem comum, esquecendo-se do bem ao seu par, esqueçendo-se de amar. O conjunto de mínimas ações poderia levar a nossa sociedade ao rumo correto, poderia aglutinar fatores que impulsionassem a regra básica da vida, como nossa relação entre boa vontade e o conceito de dever, como bem descreve KANT, pois para ele, a boa vontade tem um valor absoluto, não se tratando de uma vontade todo-poderosa. Kant rejeita a idéia segundo a qual a razão influi sobre a vontade estabelecendo-lhe fins, e/ou meios para que se atinja a felicidade e a satisfação de necessidades sociais, materiais ou espirituais. Noutra época, estive pensando sobre o amor. Que amor é esse, que nos leva a loucura, ou que nós faz cego por alguém ou por ninguém; que amor é esse que está entre o bem e o mal, mas, em contrário o que diz Agostinho “que todas as paixões são causadas por amor, desejando ardentemente possuir o seu objeto, é desejo, quando, porém já o possui e o goza é alegria. Logo, o amor é a primeira das paixões do concupiscível. Mas onde fica a virtude e o amor sem a razão ou se escondem na alma? Parece que às paixões da alma são moralmente boa ou má. Pois o bem e o mal são próprio do homem, logo, nenhuma paixão humana é moralmente boa ou má.

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