19 de dezembro de 2013

Torcedor ou Espectador, quem somos nós? Parte I

Em meados de 1985, quando da realização do primeiro grande evento na cidade do Rio de Janeiro e porque não dizer no Brasil, um festival de música desenhava uma nova história sobre uma cidade, um País, nascia o Rock in Rio, maior evento de música que se tornaria ao longo de 30 anos não só um encontro de jovens apaixonados por música ou rock ‘n roll, mas um conceito, uma catarse emocional, que mesclava um ritual coletivo de histeria e suspiros da alma.
Minha primeira reflexão é sobre uma paixão nacional e por que não dizer mundial, o Futebol que arrebata multidões e que às vezes se confunde até mesmo com os sentimentos mais íntimos do homem que é o amor.
Os filósofos Aristóteles e Friedrich Nietzsche associavam e dividiam no caso do primeiro em catarse emocional do espectador em liberação de determinadas sensações com o afloramento dos sentimentos tais como: temor, humor, empatia e antipatia.
O filósofo alemão, busca na tragédia a origem desses sentimentos alternantes, pois é na frustração e na angústia que se revelam os sentimentos mais escondidos, as manifestações psíquicas e fisionômicas do público perante um evento coletivo de encenação como em festivais de música, eventos esportivos ou em campos de futebol.
Neste mesmo cenário, observa-se que, existem características substancias entre o que se pode chamar de espectador e torcedor, um não invalida o outro, mas um é diametralmente oposto ao outro, uma vez que na visão antropológica dos fatos à observação da alteração do comportamento mental e físico e do humor, variam de acordo com a intensidade e o clímax do evento.
O autor e seus intérpretes são apenas a metade do processo total: a outra metade é composta pela plateia e sua reação. Sem plateia não existe drama.”
Então como explicar as manifestações de catarse do público ante a um solo de guitarra efetuado pelo líder do extinto grupo de rock Led Zepelin, como não se deixar levar por essa inquietude da alma. O mesmo sentimento que podemos perceber nesta dimensão em situações extremas, coloca o torcedor em confronto direto com o expectador quando um gol de placa é feito pelo melhor jogador do seu time, é uma sensação inexplicável, é um orgasmo multifacetado que eletriza o corpo e suas reações físicas incontroláveis.
 Na esteira deste raciocínio, pensamos primeiramente nas ideias e no conceito de ordem, ora, se estamos falando das formas exacerbadas de compreensão deste universo que mistura ordem e desordem internas, porque não entendermos como o cenário ordeiro em questões de segundos vira completamente.
No sentido formal etiológico, ordem significa unidade na diversidade; refere-se a partes diferentes que guardam certa proporção. Quando descrevemos o que seja ordem no mundo exterior, não incluímos o que para nós seria impossível dimensionar por ordem e organização das nossas reações.

Obviamente, nossas reações são desordenadas no contexto da paixão pelo esporte, somos muitas das vezes irracionais para expressarmos nossas experiências, pois ordem é sempre relativa; sempre que se fala da ordem devemos observar relação com algum critério determinado...

Nenhum comentário: